Pra não acabar sozinho
Sei
que a gente vive em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais
ocupadas. É trabalho, casa, conta pra pagar, família, amigos, filhos.
Temos que dar conta de tudo, dar atenção para todos e ainda cuidar para
ninguém sair magoado, afinal, sua amiga reclama que você anda atarefada
demais, sua mãe diz que você antes ligava mais vezes, sua irmã fala que
você nunca tem tempo para um almoço no meio da semana.
Recebemos muita informação, a mídia te cobra, o espelho te cobra, o
marido te cobra, o filho te cobra. Cobranças mil, stress no trabalho,
preguiça de arrumar o guarda-roupa, a obra no andar de cima que nunca
termina, o cachorro que está com alergia, seu sapato preferido que
quebrou o salto. Além disso, a famosa TPM, que faz coisas pequenas
virarem enormes. Que muda o humor e até o amor. Que faz você ver o mundo
de forma difícil, sensível e esquisito.
É tanta coisa na cabeça que de vez em quando a gente se belisca e se
pergunta: é isso mesmo que quero? Afinal, quem sou eu? O que estou
fazendo da minha vida? Estou dando atenção para as coisas certas? Estou
gastando energia no que realmente importa? Estou jogado em um trabalho
chato, sendo infeliz diariamente? Estou dando a devida atenção para quem
gosta de mim? A gente fica nesse mar de perguntas e nada até encontrar
uma resposta.
Por mais ocupado que você seja, por mais complicada que seja sua vida,
por mais trabalho que você tenha, acho que a gente nunca deve descontar
as frustrações em cima do outro. Mais: acho que a gente deve cuidar com o
que diz. Mais: acho que a gente deve cuidar com o que faz. Quer mais?
Te dou mais: a gente tem que arrumar um tempo. Pra um abraço, pra um
sorriso, pra um bom dia, pra responder emails, pra responder mensagens,
pra olhar no olho de quem você ama. Porque a vida corre, o mundo gira
rápido demais. Só que a gente deve cuidar das relações, senão acaba
sozinho.
Clarissa Correa
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